quinta-feira, 22 de julho de 2010

NOVA CIA AÉREA DA ECT

Em longa matéria publicada hoje (22.07.10) no jornal Valor Econômico, apresenta o novo projeto que reestrutura a Empresa Brsileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Embora a idéia da reestruturação seja louvável e NECESSÁRIA, o modelo apresentado, não necessariamente é o ÚNICO, para a solução dos problemas daquela instituição. Não está clara esta equação organizacional, Correios se manterá 100% estatal e participará de uma empresa de logística com 49%. Como será o regime regulatório desta nova empresa?
Os Correios já foram modelo reconhecido de eficiência com sua estrutura e regime atuais. O problema da ECT, ao meu ver, está no seu OBSOLETO E DESINTEGRADO modelo operacional. Este precisa de reformulações profundas e urgentes. A rede toda necessita ser planejada. As especificações das aeronaves devem ser revistas. Os modelos dos contratos e seus prazos devem ser alterados para que os fornecedores ou prestadores de serviços façam seus investimentos adequadamente. É necessário incluir o conceito da MERITOCRACIA, punir a ineficiência e também premiar a excelência. Nos processos de seleção das empresas, não basta avaliar apenas sua capacidade técnica operacional, mas também seu regime de gestão com a adoção dos princípios das boas práticas de Governança Corporativa. O processo atual está excessivamente focado no MENOR PREÇO. A reestruturação baseada nestes conceitos, garantirá a eficiência, a racionalidade, a transparência e a sustentabilidade no longo prazo à ECT. Permitirá também aos Correios, dar suporte e acompanhar par e passo o desenvolvimento econômico do Brasil, nas próximas décadas, seja qual for o seu rítmo.
A solução não está nos 13 aviões Boeing 757 com 15 anos de uso, todos com a mesma capacidade de carga. Obviamente que os aviões propostos tem boa performance e são bem conhecidos do mercado. Mas o planejamento de uma operação aérea deve ser efetuado em prazos longos, acima de 10 anos. Então, como está esta frota, que já nasce com 15 anos neste horizonte de tempo? Não seria razoável buscar alternativas com aviões da nova geração, muito mais econômicos e menos poluidores?
Outro aspecto importante é que estes aviões, todos com as mesmas capacidades não atenderão as demandas existentes. Outros tipos de aeronaves, com outras capacidades e características serão necessárias também.
Tenho grande preocupação quando leio a afirmação do ilustre presidente da ECT "Temos que deixar de ser Correios para nos tornarmos uma empresa de logística." Hoje usamos um modelo de transporte aéreo que atende, mas que tem riscos e limita nossa expansão de serviços. Primeiramente o Correios tem uma função extraordinariamente importante e imprescindível para o país, e em segundo lugar a atividade comercial de cargas, pode e deve ser exercida pela iniciativa privada, que tem mais flexibilidade. É melhor para o país que a livre competição regule o mercado, isto beneficiará a população.
Sr. Presiente! Não se preocupe com a concorrência dos "MOTOBOYS". Concorrência é saudável!!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

NOVO AEROPORTO/SÃO PAULO

Várias matérias foram publicadas sob este assunto nos últimos dias. Comentários e sugestões diversas, inclusive como alternativa para atender a forte demanda da Copa do Mundo de 2014. Isto não faz sentido, pois a necessidade de ampliar a capacidade nos aeroportos brasileiros, especialmente em São Paulo, não é para atender a demanda de 2014 e sim PARA ATENDER A DEMANDA ATUAL!!!
Em segundo lugar, independentemente da Copa do Mundo, qual será a demanda em 2014? Vejamos alguns dados estatísticos: (fonte ANAC ) - Se compararmos o mercado doméstico: em maio de 2010 foram 8.061 milhões de passageiros/km/pagos contra 3.962 milhões em maio de 2005. Ou seja: aumento de 185% em 5 anos. Mas prefiro trabalhar com os dados acumulados do ano pois julgo ser mais representativos. De janeiro à maio em 2010, foram 39.573 milhões de passageiros/km/pagos contra 19.165 milhões em 2005, ou seja, um aumento de 102%. As cias aéreas fizeram seu dever de casa, aumentaram a oferta em 106% comparando-se jan/maio de 2010 com o mesmo período de 2005. Ou seja, o mercado está sendo atendido em termos de assentos. Em 5 anos a demanda de transporte aéreo doméstico no Brasil mais que dobrou! .... mesmo com a crise econômica.
Seguindo esta tendência, em 2015, teremos duplicada nossa demanda atual. Como será atendida com a infra-estrutura existente? Temos que fazer um "mutirão" de investimentos, não importa, se privados ou não nos aeroportos atuais. O novo aeroporto de São Paulo será necessário também para atender demandas de 2020, 2030 e assim por diante.
Ficaremos discutindo qual o modelo de privatização até quando? Evidentemente que é preciso definir um marco regulatório que garanta a prestação de serviços adequados à população e assegure condições operacionais aceitáveis para a concessionária e para as empresas usuárias sem infringir os aspectos ambientais. O próprio Ministério do Planejamento através de sua Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos admite, em documento publicado na internet recentemente, falhas de gestão e pela primeira vez, apresenta críticas na execução de diversas políticas públicas, entre elas a infra-estrutura e aponta um "GARGALO LOGÍSTICO" como fator redutor da competitividade da produção nacional. O diagnóstico feito pela SPI, menciona estudo do Banco Mundial, segundo o qual, o Brasil ocupa a "MODESTA" 81ª posição, dentre 155 países, no índice de desempenho logístico.
Fico estupefacto diante da insensibilidade e da inércia na solução destes graves problemas. A declaração da Presidente da ANAC no Forum da Panrotas em março deste ano, parece retratar bem esta triste realidade: "Se a demanda do transporte aéreo continuar crescendo nas atuais taxas, vamos LIMITAR a quantidade de voos." Simplesmente incrível ...
Está na hora de agir!! Ou será que ficará tudo para ser resolvido no próximo governo?
Sem ser apocalíptico, mesmo sendo otimista e acreditando na sensatez do Governo, afinal de contas este setor depende dele, antevejo um fator impeditivo do desenvolvimento de nosso país. Este é o preço que o Brasil está pagando por ter dirigentes públicos apenas "estando no poder."

segunda-feira, 7 de junho de 2010

SUCATAS PELO CAMINHO. QUAL A SOLUÇÃO??

60 aviões de empresas inoperantes estacionadas nos aeroportos brasileiros!
A matéria publicada hoje em um portal de notícias da internet, parte de uma premissa errônea. "O projeto de expansão dos aeroportos brasileiros terá o desafio de ampliar o estacionamento SEM retirar os aviões que estão parados."
E por que não retirá-los? Ou ao menos removê-los, de mansinho para que não se desmontem claro, para um local não útil para a aviação comercial? Afinal eles sequer necessitam de área pavimentada!
É realmente um contrassenso utilizar áreas nobres para estes aviões.
É louvável o investimento de R$ 4,5 bilhões anunciado pela Infraero até 2014 para aumentar a capacidade dos aeroportos a fim de atender a Copa do Mundo. Entretanto, é mais do que sensato otimizar em primeiro lugar as áreas existentes.
Mesmo aguardando o desfecho das ações judiciais pertinentes, estas sucatas deveriam ceder seus berços esplêndidos para causas mais prementes.

domingo, 6 de junho de 2010

E AS ESTRADAS BRASILEIRAS ?

Como ex caminhoneiro, tenho uma razoável compreensão da relevância das estradas brasileiras para o desenvolvimento de nosso país.
No segmento de cargas, 70% do transporte é realizado por via rodoviária, em contraste com outros países que competem conosco no mercado internacional. Nos Estados Unidos é de 26%, na Austrália de 14% e na China 8%, apenas para exemplificar e ter uma comparação. Sua importância no CUSTO BRASIL é significativa. Os exportadores conhecem bem esta realidade.
No segmento de passageiros, são mais de 150 milhões que viajam por ônibus e não temos estatísticas precisas da legião que viaja por automóvel. Somos campeões em acidentes.
E os investimentos?
Segundo o IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica aplicada, só nas rodovias federais, o Governo precisaria investir mais de R$ 180 bilhões.
No programa do PAC do atual governo, está previsto apenas 13% deste montante com um agravante, só 30% das obras estão sendo tocadas de acordo com o cronograma.
Temos condições de ter um crescimento econômico sustentável nos próximos anos?
Vamos continuar com este déficit neste setor tão vital para nossa economia?
Logicamente, se o Governo continuar aumentando seus gastos correntes, não haverá sobra para estes e outros investimentos em infraestrutura.
O Governo precisa aumentar, e muito, a sua poupança para poder investir e obviamente é inadmissível fazê-lo via aumento de carga tributária.
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) podem ser uma solução. Regulamentadas em 2004, elas precisam ser priorizadas, para dar velocidade à execução das obras e precisam ter uma amplitude maior nas ações, contemplanto também, os investimentos na ampliação das rodovias e não apenas na sua recuperação. Só assim poderemos atender as necessidades, primeiro, na cobertura do déficit atual, segundo para atender o crescimento da economia que gerará, como consequência, o aumento de tráfego, tanto de cargas como de pessoas. UM DESAFIO! Será que temos que esperar ações concretas só no próximo governo?
TODO BRASIL PEDE MAIS INFRAESTRUTURA

terça-feira, 25 de maio de 2010

INFRAESTRUTURA AEROPORTUARIA

O Ministro da Defesa, em matéria publicada em jornal de hoje, afirmou que os aeroportos NÃO serão problema para a realização da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016, porque serão construídos TERMINAIS DESMONTÁVEIS para embarque e desembarque de passageiros.
Sr. Ministro, é porém elogiável sua afirmação " Nossa preocupação não é com a Copa do Mundo ou com as Olimpíadas. A preocupação maior é com o aumento significativo da aviação civil no Brasil". É isso aí Sr. Ministro. Apoio total! Infraestrutura Aeroportuária JÁ! Mas ... com todo o respeito que temos por V.Excia. será que o nosso problema se restringe somente aos Terminais? Temos pistas e pátios para receber os aviões? Se continuarmos crescendo 20% ao ano, conforme as taxas atuais, em 2014 estaremos com o DOBRO da demanda atual, independentemente da COPA! Estes terminais DESMONTÁVEIS, só serão construídos em 2014 para a Copa? E depois...serão DESMONTADOS? Para suportar o crescimento do Brasil nos próximos anos precisamos sim de infraestrutura, mas .... permanente e adequada.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Aviação é estratégica para o futuro do Brasil?

Para nós, profissionais na área e apaixonados pelo setor, obviamente que a resposta é positiva. Entretanto, ficamos surpresos e até preocupados com a matéria publicada em um jornal de grande circulação, no início de maio, onde tratava os rumos da economia e temas estratégicos para o futuro. A matéria, rica em informações, destacou o avanço do Brasil nesta área, saltando da 61ª em 2007 para a 41ª posição em 2010 no ranking do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), que mede a eficiência logística e apresenta, com propriedade, as reduções dos custos logísticos e os avanços alcançados com a privatização de alguns portos e rodovias. No entanto, ao tratar da infra estrutura e logística, ignorou inteiramente o assunto aviação comercial.
Será que estamos em situação compatível com a demanda e seu crescimento nos próximos anos? Mais uma vez, para nós profissionais na área, sabemos que a resposta é negativa.
Esta realidade é divulgada cotidianamente por diversos veículos e mencionada com frequência pelas autoridades do setor. Independentemente dos grandes eventos esportivos de 2014 e 2016. Com o crescimento da demanda em 2009 de 17,65%, e em 2010 de janeiro à abril, 32,2%, temos fortes indícios de que um colapso aéreo está próximo.
E a nossa guardiã dos aeroportos, a INFRAERO? Há alguns anos, ela criou o Aeroshopping, priorizando a área comercial em detrimento da aviação. Os investimentos nos últimos anos não foram compatíveis com o crescimento da demanda, especialmente os investimentos estruturais, e com isso, grandes gargalos foram criados, o mais agudo, no maior mercado brasileiro, São Paulo.
Estamos colocando em risco o crescimento econômico do Brasil, especialmente do desenvolvimento do turismo.
Vamos perder uma grande oportunidade de dar um salto qualitativo e quantitativo, ganhar escalas econômicas, e deixaremos de gerar milhões de empregos , além de limitar as viagens de negócios e de lazer de milhões de brasileiros.
Em 2025, segundo estudos da ICAO/IATA, a aviação comercial brasileira será tres vezes maior que a de hoje.
Como ignorar esta realidade?

sábado, 8 de maio de 2010

A força da marca e do TOP OF MIND

É um tema diariamente discutido, avaliado, comentado, questionado etc. No mundo dos negócios, os profissionais especializados,estrategistas, dirigentes, empresários, investidores e/ou empreendedores possuem muitas dúvidas e incertezas. Quanto investir? Por quanto tempo? Qual o retorno? Qual a importância como fator competitivo? Qual a sua importância nos planos estratégicos nas organizações, etc etc...
Lembrei-me de um episódio lúdico que contei nesta semana à um grupo de jovens e que representa muito bem esta importância. Eles riram muito no primeiro momento e logo um deles ficou sério e disse: "Pô! Isto é o estado da arte, quem conseguir chegar lá não tem pra ninguém!"
Todos pararam de rir .... por um minuto todos se calaram ... Lá vai a "pérola" ..
Nas décadas de 70 e 80 era comum a fabricante de cerveja Antarctica oferecer como brinde algumas caixas ao melhor jogador em campo do campeonato brasileiro. Era parte do seu plano de mídia para promover a marca e combater a líder de mercado Brahma. Um lateral do Corinthians que jogou na seleção brasileira e que prefiro não citá-lo nominalmente, jogou muito e foi eleito o melhor jogador em campo, ganhando assim 2 caixas de cerveja Antarctica. Ao final do jogo sabedor do prêmio, em entrevista à imprensa, foi agradecer o prêmio recebido e disparou a seguinte "pérola" "Quero agradecer a Antarctica, pelas 2 caixas de Brahma que me mandou!"
Transformar a marca em sinônimo de produto, bem como fizeram também a Xerox, Gillette e outros, é realmente chegar ao estado da arte como força de marca e ser um legítimo TOP OF MIND.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aviação Cargueira no Brasil

Em extensa matéria publicada esta semana pelo Jornal Valor Econômico, o Sr. Carlos Henrique Custódio, presidente dos CORREIOS, expõe as razões de uma MP que permite aquela empresa explorar e/ou disputar o mercado de logística comercial.
O assunto é abrangente, complexo e polêmico pois expõe a fragilidade do sistema atual e das empresas fornecedoras no setor aéreo.
Na década de 80 e primeira parte da década de 90, as operações da Rede Postal Noturna eram um exemplo de modelo eficiente, um verdadeiro "Case de Sucesso", com fornecedores privados.
Não terá sido a própria ECT a protagonista destas deficiências atuais?
Até que ponto a afirmação de que "com a MP, ninguém consegue fazer logística mais barato", é um desafio para as empresas privadas?
Obviamente que os CORREIOS tem vantagens competitivas, especialmente pelo diferencial na carga tributária.
É louvável a iniciativa de se buscar outro modelo.
O Brasil não pode ser estrangulado no seu desenvolvimento por falta de uma estrutura sólida de logística comercial aérea.
Hoje temos no Brasil empresas, empresários, executivos, sistemas etc etc, suficientemente competentes para atender este mercado nos melhores níveis mundiais de performance, produtividade e custos. Não há segredo! ....

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Aviação Comercial Brasileira

O modelo "low cost /low fare"é um sucesso consolidado no mercado doméstico brasileiro.

Os dados publicados hoje (14.04.10) pela ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil, referentes ao mes de março de 2010, comprovam esta afirmação.
A GOL, a WEBJET e a AZUL, que operam neste modelo, mesmo com algumas características distintas, representam 52,86% e vem ganhando mercado, crescendo em índices superiores à média, enquanto o modelo tradicional vem perdendo "SHARE".
A TAM cresceu apenas 11,75% sobre o mesmo mês de 2009 e o mercado cresceu 31,95%.
Vale a pena acompanhar esta revolução iniciada em 2001.