segunda-feira, 21 de junho de 2010

NOVO AEROPORTO/SÃO PAULO

Várias matérias foram publicadas sob este assunto nos últimos dias. Comentários e sugestões diversas, inclusive como alternativa para atender a forte demanda da Copa do Mundo de 2014. Isto não faz sentido, pois a necessidade de ampliar a capacidade nos aeroportos brasileiros, especialmente em São Paulo, não é para atender a demanda de 2014 e sim PARA ATENDER A DEMANDA ATUAL!!!
Em segundo lugar, independentemente da Copa do Mundo, qual será a demanda em 2014? Vejamos alguns dados estatísticos: (fonte ANAC ) - Se compararmos o mercado doméstico: em maio de 2010 foram 8.061 milhões de passageiros/km/pagos contra 3.962 milhões em maio de 2005. Ou seja: aumento de 185% em 5 anos. Mas prefiro trabalhar com os dados acumulados do ano pois julgo ser mais representativos. De janeiro à maio em 2010, foram 39.573 milhões de passageiros/km/pagos contra 19.165 milhões em 2005, ou seja, um aumento de 102%. As cias aéreas fizeram seu dever de casa, aumentaram a oferta em 106% comparando-se jan/maio de 2010 com o mesmo período de 2005. Ou seja, o mercado está sendo atendido em termos de assentos. Em 5 anos a demanda de transporte aéreo doméstico no Brasil mais que dobrou! .... mesmo com a crise econômica.
Seguindo esta tendência, em 2015, teremos duplicada nossa demanda atual. Como será atendida com a infra-estrutura existente? Temos que fazer um "mutirão" de investimentos, não importa, se privados ou não nos aeroportos atuais. O novo aeroporto de São Paulo será necessário também para atender demandas de 2020, 2030 e assim por diante.
Ficaremos discutindo qual o modelo de privatização até quando? Evidentemente que é preciso definir um marco regulatório que garanta a prestação de serviços adequados à população e assegure condições operacionais aceitáveis para a concessionária e para as empresas usuárias sem infringir os aspectos ambientais. O próprio Ministério do Planejamento através de sua Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos admite, em documento publicado na internet recentemente, falhas de gestão e pela primeira vez, apresenta críticas na execução de diversas políticas públicas, entre elas a infra-estrutura e aponta um "GARGALO LOGÍSTICO" como fator redutor da competitividade da produção nacional. O diagnóstico feito pela SPI, menciona estudo do Banco Mundial, segundo o qual, o Brasil ocupa a "MODESTA" 81ª posição, dentre 155 países, no índice de desempenho logístico.
Fico estupefacto diante da insensibilidade e da inércia na solução destes graves problemas. A declaração da Presidente da ANAC no Forum da Panrotas em março deste ano, parece retratar bem esta triste realidade: "Se a demanda do transporte aéreo continuar crescendo nas atuais taxas, vamos LIMITAR a quantidade de voos." Simplesmente incrível ...
Está na hora de agir!! Ou será que ficará tudo para ser resolvido no próximo governo?
Sem ser apocalíptico, mesmo sendo otimista e acreditando na sensatez do Governo, afinal de contas este setor depende dele, antevejo um fator impeditivo do desenvolvimento de nosso país. Este é o preço que o Brasil está pagando por ter dirigentes públicos apenas "estando no poder."

segunda-feira, 7 de junho de 2010

SUCATAS PELO CAMINHO. QUAL A SOLUÇÃO??

60 aviões de empresas inoperantes estacionadas nos aeroportos brasileiros!
A matéria publicada hoje em um portal de notícias da internet, parte de uma premissa errônea. "O projeto de expansão dos aeroportos brasileiros terá o desafio de ampliar o estacionamento SEM retirar os aviões que estão parados."
E por que não retirá-los? Ou ao menos removê-los, de mansinho para que não se desmontem claro, para um local não útil para a aviação comercial? Afinal eles sequer necessitam de área pavimentada!
É realmente um contrassenso utilizar áreas nobres para estes aviões.
É louvável o investimento de R$ 4,5 bilhões anunciado pela Infraero até 2014 para aumentar a capacidade dos aeroportos a fim de atender a Copa do Mundo. Entretanto, é mais do que sensato otimizar em primeiro lugar as áreas existentes.
Mesmo aguardando o desfecho das ações judiciais pertinentes, estas sucatas deveriam ceder seus berços esplêndidos para causas mais prementes.

domingo, 6 de junho de 2010

E AS ESTRADAS BRASILEIRAS ?

Como ex caminhoneiro, tenho uma razoável compreensão da relevância das estradas brasileiras para o desenvolvimento de nosso país.
No segmento de cargas, 70% do transporte é realizado por via rodoviária, em contraste com outros países que competem conosco no mercado internacional. Nos Estados Unidos é de 26%, na Austrália de 14% e na China 8%, apenas para exemplificar e ter uma comparação. Sua importância no CUSTO BRASIL é significativa. Os exportadores conhecem bem esta realidade.
No segmento de passageiros, são mais de 150 milhões que viajam por ônibus e não temos estatísticas precisas da legião que viaja por automóvel. Somos campeões em acidentes.
E os investimentos?
Segundo o IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica aplicada, só nas rodovias federais, o Governo precisaria investir mais de R$ 180 bilhões.
No programa do PAC do atual governo, está previsto apenas 13% deste montante com um agravante, só 30% das obras estão sendo tocadas de acordo com o cronograma.
Temos condições de ter um crescimento econômico sustentável nos próximos anos?
Vamos continuar com este déficit neste setor tão vital para nossa economia?
Logicamente, se o Governo continuar aumentando seus gastos correntes, não haverá sobra para estes e outros investimentos em infraestrutura.
O Governo precisa aumentar, e muito, a sua poupança para poder investir e obviamente é inadmissível fazê-lo via aumento de carga tributária.
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) podem ser uma solução. Regulamentadas em 2004, elas precisam ser priorizadas, para dar velocidade à execução das obras e precisam ter uma amplitude maior nas ações, contemplanto também, os investimentos na ampliação das rodovias e não apenas na sua recuperação. Só assim poderemos atender as necessidades, primeiro, na cobertura do déficit atual, segundo para atender o crescimento da economia que gerará, como consequência, o aumento de tráfego, tanto de cargas como de pessoas. UM DESAFIO! Será que temos que esperar ações concretas só no próximo governo?
TODO BRASIL PEDE MAIS INFRAESTRUTURA