quarta-feira, 20 de abril de 2011

49% DE CAPITAL ESTRANGEIRO NAS AÉREAS

Medida salutar para fortalecer as Cias. Aéreas. Óbvio! Mas o problema não está nas Cias Aéreas, estas tem capacidade de ampliar a frota para atender o crescimento da demanda. O foco da crise do setor aéreo está na INFRAESTRUTURA. Aumentar a frota??? Onde estes aviões operarão se não há espaço nos aeroportos? Se não há espaço para os passageiros? O lado positivo desta medida é que poderá ampliar a capacidade das CIAS AÉREAS brasileiras de participar dos investimentos na infraestrutura. É um caminho no sentido da solução do gargalo!

sábado, 16 de abril de 2011

COPA: PRÊMIO PARA QUEM FOR EFICIENTE

O texto da proposta do regime diferenciado de contratações públicas é uma esperança. Meritrocacia, metas, diferentes modalidades de contratação, inclusive PPPs. Esse é o caminho! Mas não podemos esquecer que o problema não é só a COPA/OLIMPÍADAS. Em 2014 teremos mais de 140 milhões de viagens aéreas no Brasil, portanto, os acessos aos aeroportos, estacionamentos e principalmente CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO, não podem ser esquecidos. Precisam estar no jogo! Esperamos que esta MP não seja um jogo de cartas marcadas. Se as boas práticas de gestão, transparência, equidade e accountability forem aplicadas, parabéns por esta MP.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O texto abaixo escrevi em 23.10.2010 para uma revista de turismo. Diante das discussões dos últimos dias sobre o assunto, especialmente após a divulgação das pesquisas do IPEA, onde 9 dos 13 aeroportos não ficarão prontos para a COPA, e o IPEA tem razão, o imobilismo governamental é fato notório e o tempo continua correndo.... Parece que o mesmo texto de 6 meses atrás infelizmente ainda é atual. QUANDO VEREMOS AS OBRAS NOS AEROPORTOS????? O tempo vai passando e o mercado brasileiro doméstico da aviação comercial crescendo 25% ao ano (2010 sobre 2009). E as obras de infraestrutura? O Ministério do Turismo, com toda razão comemora um crescimento anual de 15%. A Infraero anuncia que serão investidos R$ 5,6 bilhões de reais até o final de 2014 em 13 aeroportos. Um relatório da consultoria McKinsey, encomendado pelo BNDES no início de 2010 concluiu que serão necessários R$ 8.4 bilhões para atender a demanda até 2014. Segundo a Mckinsey, a Infraero investiu R$ 600 milhões por ano. Em 2006 a aviação comercial doméstica brasileira, produziu 39,7 bilhões de passageiros/km. Este ano deverá produzir acima de 68 bilhões. Mantida esta mesma taxa de crescimento, em 2014 teremos 120 bilhões. O problema não existirá apenas em 2014 com a Copa do Mundo. O problema já existe hoje. O Diretor Geral da IATA, o Sr. Giovanni Bisignani qualificou esta semana a infraestrutura aérea brasileira de "INADEQUADA" e de "CRESCENTE DESASTRE". Ele fez violenta crítica ao estado da infraestrutura do setor aéreo no Brasil, falando em "desastre" e de "vergonha" . Afirmou ainda: "Não vejo progresso e o tempo está passando". Sejamos francos: Será que nós, brasileiros, não estamos vendo esta realidade? Nos últimos quatro anos, de 2006 à 2010 crescemos 74% na demanda de passageiros e nos nossos principais aeroportos muito pouco significativo foi realizado para atender este crescimento. Há quantos anos se fala da ampliação do aeroporto de Guarulhos, nosso principal "HUB"? Ora por entraves burocráticos, ora por irregularidades nas licitações, a realidade é que o tempo está passando e não há progressos significativos. O relatório da McKinsey e do Morgan Stanley prevêem investimentos para sustentar o crescimento futoro. E a defazagem atual já existe. Tenho voado semanalmente e, salvo raríssimas exceções, a duração dos vôos tem aumentado significativamente por insuficiência da infraestrutura. Há 10 dias, um vôo Recife à Guarulhos previsto para 3 horas e 10 minutos demorou 4 horas e 15 minutos. Nesta semana um vôo de Florianópolis à Congonhas, previsto de 50 minutos demorou 1 hora e 20 minutos. Apenas para citar 2 exemplos, pois esta realidade já se incorporou à rotina das centenas de milhares de vôos existentes. Quem paga estes custos adicionais? E os milhões de litros de combustível disperdiçados e jogados na atmosfera aumendo a poluição? E os transtornos nos compromissos perdidos etc etc... Está na hora de encarar esta realidade como "situação de crise" e assim gerí-la com a seriedade que o assunto merece. O governo insiste em tranquilizar o mercado, afirmando que estas obras estão contempladas no PAC, lançado em 2007. Mas até hoje não atingiu metade de suas metas. Diz Adriano Pires, Diretor Fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIEF) " Corremos sério risco de ter um apagão de infraestrutura, se o governo preferir tocar as obras sozinho à entregá-las à iniciativa privada". Não importa se é o governo ou a iniciativa privada, o que importa é que sejam realizadas já. Confesso que nessa situação emergencial em que os aeroportos brasileiros se encontram, corremos o sério risco de abortar o crescimento do Brasil e não podemos permitir que isto aconteça. Estamos atrasados e não há mais tempo a perder! O tempo para debates já está esgotado. Volto a lembrar: Em 2014 teremos mais de 120 bilhões de passageiros/km. Em 2006 éramos menos de 40 bilhões. Lembro-me das aulas de latim no colégio quando adolescente. O grande jurista romano Cícero, ao iniciar seu discurso de acusação do malfeitor CATILINA disse: "QUO USQUE TANDEM CATILINA ABUTERE PACIENTIA NOSTRA!" Traduzindo, Até quando Catilina, abusarás da nossa paciência!" Até quando nossa paciência aguentará? Sem qualquer conotação apocalíptica, não podemos mais nos calar sob pena de mostrarmos, primeiramente, a nós mesmos, nossa incapacidade de realizar obras e, em seguida, mostrar ao mundo nosso fracasso. Em 2011 os Jogos Militares, 2013 Copa das Confederações, 2014 Copa do Mundo e 2016 as Olimíadas. É impossível ficar incógnito diante de tanta exposição. Por outro lado é uma grande oportunidade de provar que somos um país realmente sério, com capacidade criativa de vencer desafios e superar obstáculos. MÃOS A OBRA COM MUITAS MÃOS. _____________________________________________ A criação da Secretaria da Aviação Civil é uma esperança mas o Brasil precisa de ações e rápidas. É hora de vencer a burocracia pública e dar velocidade na execução. Só vejo esta velocidade com a participação da iniciativa privada. Senão .... o vexame será inevitável!